Balançando em minha rede
Num domingo matinal,
Batendo o pé na parede
Eu pensava coisa e tal!
Em meu leito debrucei;
Adormeci e sonhei
Com o velho Taj Mahal!
Em um campo bem verdinho
Eu vi um vulto passando,
Me assustei, olhei de lado
E fiquei observando!
Era um vulto de um animal;
Pois era Taj Mahal,
Ele estava escramuçando!
Parecia está alegre,
Veio em minha direção!
Parou, olhou para mim,
A pata cavou o chão!
Se falasse me dizia
A saudade que sentia
Das corridas de mourão!
Mas falou só no olhar,
Fiquei prestando atenção!
Dizendo: Saudade eu sinto
Lá do Haras Gavião!
O berço que fui nascido,
Tratado e também querido;
Voltar pra lá? posso não!
Sou filho de Apollo Estil,
Esse grande campeão!
Nasci em 94
Lá no Haras Gavião!
Jânio Mendes me comprou
E um vaqueiro contratou
Pra mim correr no mourão!
Há como eu sinto da saudade
De Celeste tratador!
Que tanto me deu ração,
Que tanto de mim cuidou!
Que penteou minha crina,
Me deu água pura e fina;
Que minha sede matou!
Taj Mahal é o meu nome
Jânio assim me batizou!
Saudade do Nego César
Que tanto prêmio ganhou
Correndo montado em mim!
Taj Mahal disse assim:
Sou o monumento do amor!
Na porteira do mourão
Eu cumpri o meu papel!
Peço que Jânio meu dono
Zele bem o meu troféu!
Começou a relinchar,
E disse vamos se encontrar
Nas vaquejadas do céu!
Taj Mahal foi sumindo,
Sumindo no meio da flora!
De lado eu vi um vaqueiro
Chorando naquela hora!
Que um aboio ecoou
Como se fosse um louvor;
Taj Mahal foi embora!
E o vaqueiro que aboiava,
Dizia: Taj Mahal
Foi o rei da vaquejada,
Foi o chefe da boiada;
Adeus a Taj Mahal.
(Lalauzinho de Lalau)
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