A vida tem dessas coisas,
Hora de chegar i ir!
Passei minha juventude,
Ouvindo isso daqui!
Hoje ele bateu asas;
Era eu ouvindo Brasas,
Pois puxa o fole Didi.
(Lalauzinho de Lalau)
Sou picada de cobra cascavel,
Sou mordida de um grande jacaré
Sou a cobra que corre sem ter pé
Sou abelha que ferra e faz o mel!
Sou maconha intocada no motel,
Esperando a polícia vim prender!
Sou o réu sem saber o que fazer
Na sentença de um grande tribunal,
Sou o poeta Lalauzinho de Lalau
Poeta assim é difícil aparecer!
Sou a chuva de pedra de granizo,
Sou lava mais quente do vulcão!
Terremoto que abala e racha o chão,
Para raio e aforça do corisco!
Rachadura em parede de edifício,
Sou a fome que abala o meu Nordeste!
Lampião o herói cabra da peste,
Que botou muita gente pra correr!
Sou micróbio a se desenvolver
E amizade que da nada que preste!
Sou papeira, sarampo e catapora,
Dor de dente que dá ao enoitecer!
Sou hemorroidas que coça sem saber
Dando em velho que pula, grita e chora!
Sou o filho mais ruim que foi embora,
Sou Osama Bin Laden terrorista
Sou virada de caminhão na pista
Sou a guerra no Afeganistão!
Empregado mal pago do patrão
Sou um grande fracasso de um artista!
Sou salário de um aposentado,
Que não da pra fazer uma feirinha!
Sou ferida bicada por uma galinha
Que belisca e depois arranca a casca!
Sou gume amolado de uma faca,
Sou o dedo que leva martelada,
Sou o chifre cruel da namorada
Sou furada num prego enferrujado,
Sou gilete no bolso do viado,
Sou topada na quina da calçada!
Sou a dor doida da osteoporose,
Sou infarto que ataca o coração!
Sou o asmático sem ar no seu pulmão,
Sem está com a bombinha do seu lado!
Sou o roubo lá dentro do senado,
Candidato em começo de eleição!
Sou a briga de doido e confusão,
Sou promessas de um vereador!
Sou a bomba explodindo no metrô,
Chupa cabra assombrando o meu sertão!
Sei que hoje existe um falatório,
Terrorismo é a onda do momento!
Mas uma dia eu saí no meu jumento
E fui parar em um grande território!
Chegando lá baguncei seu escritório,
Lá eu fiz 1.000 soldados se ajoelhar!
E Osama Bin Laden eu fiz chorar,
Que chorando me disse: Lalauzin...
Não levante a sua mão, nem bata em mim!
Que deixo a minha barba tirar.
(Lalauzinho de Lalau)
Estarei sempre presente,
Aliás, eu sempre fui!
Não gosto de ficar longe
Porque o amor se dilui!
Não gosto de tanto faz;
Se ficar longe demais,
Todo afeto diminui.
(Lalauzinho de Lalau)
Já fiquei todo molhado,
Por não ter capa e nem luva!
Tive medo dos trovões
No terreno catanduva!
Matei minha ansiedade;
Já vi tanta tempestade,
Que sou amigo da chuva.
Com os pés, eu rasguei a terra
Pra cultivar minha uva!
Mesmo com todo o mau tempo,
Eu enfrentei as saúvas,
Formigas, diversidade!
Já vi tanta tempestade,
Que eu sou amigo da chuva.
(Lalauzinho de Lalau)
Catanduva - terreno argiloso e pouco fértil.
Saúvas - Design. comum a formigas.
Já sorri, só por sorrir
Pelas as ruas da cidade!
Já cantei, já bati palmas,
Muitas vezes sem vontade!
Pra não ficar na ausência;
Já vivi de aparência,
Hoje eu vivo da verdade!
A aparência é mentira,
Perde toda a integridade!
É viver de faz de conta,
De mostrar só a metade!
Isso é a mais pura evidência;
Já vivi de aparência,
Hoje eu vivo da verdade.
(Lalauzinho de Lalau)
Pra mim, é a melhor época,
É a festa que eu dou valor!
Tem um tempero gostoso
Do forró com seu sabor!
A parte bela das belas;
É quando estou ao lado delas,
Meu São João muda de cor.
(Lalauzinho de Lalau)
Na cidade de Assú
Onde a gente se conquista!
Nesse São João mais antigo
Tem festa, forró, turista!
Acredite camarada;
Vem aí a cavalgada
Do nosso São João Batista.
Será no dia 18
Nesse domingo que vem!
Traga a sua montaria
Pra festa que eu quero bem!
Sucesso de Norte a Sul;
Na cavalgada em Assú
Eu vou tá por lá também.
(Lalauzinho de Lalau)
É canjica, milho verde,
Um forró em cada esquina!
Uma quadrilha improvisada,
Um "vei" da canela fina,
Dançando pelo o salão;
Gritando: Viva São João!
É o bom da festa junina.
Quatro menino ascendendo
A fogueira com gasolina!
Carroça sendo enfeitada,
Cavalo balança a crina!
Menino solta rojão;
Forro lotando o salão,
É o bom da festa junina.
Menino tira o chapéu,
Balança a saia menina!
Meu sertão vira um festa,
Culinária nordestina!
Canjica, milho, xerém;
A festa melhor que tem,
É a nossa festa junina.
(Lalauinho de Lalau)
Eu vivo a semeadura,
Que há muito tempo procuro!
Tantas colheitas perdidas
Debaixo desse chão duro!
Será que chegou a hora?
O que a gente plantar agora,
Vamos colher no futuro.
A gente colhe o que planta,
O fruto bom e maduro!
Se a gente plantar no seco,
É semear no escuro!
E a semente nunca flora;
O que a gente plantar agora,
Vamos colher no futuro.
(Lalauzinho de Lalau)
Nos seus 92 anos
Meu pai vive a lucidez!
Versejando todo dia,
Vida, verso, voz e vez!
Na plenitude da vida;
Cicatrizando a ferida,
Dos cortes que a vida fez.
(Lalauzinho de Lalau)
No futebol, na política,
Onde o dinheiro é quem manda!
Na amizade que temos,
Na novela, propaganda!
Na opção de mercado;
Cada um tem o seu lado,
Cada qual tem sua banda.
(Lalauzinho de Lalau)
Ontem a noite, foi assim,
Quase que eu não dormia!
Lembrando da sua boca,
Da sua pele macia!
Braços, pernas, pé e mão;
Falo a voz do coração,
Se ela voltasse, eu queria.
(Lalauzinho de Lalau)
