E eu, sem ver resultado!
Dia 7 de janeiro,
Agende aí esse dia!
Nós vamos pra cavalgada
Lá no Sítio Melancias.
No distrito de Apodi!
Nesse dia estou aí;
Eu e minha poesia.
Vai ter café da manhã,
Feijoada, animação!
Forró, verso e poesia,
Faça aí sua inscrição!
Francisco bom camarada
Convida pra cavalgada
A de São Sebastião.
(Lalauzinho de Lalau)
Falta de verso ou assunto,
Sem ter nada pra dizer!
Sem inspiração na hora
Sem vontade de escrever!
Sem saber nem explicar;
Tanto tempo sem postar
Por conta sei nem de quê.
Pode ter sido um descuido,
Só hoje eu vim perceber,
Que o meu verso é o meu refúgio
Que alimenta o meu viver!
Só hoje é que eu vim notar;
Tanto tempo sem postar
Por conta sei nem de quê.
(Lalauzinho de Lalau)
Trabalhar pra quem não paga,
Cagar, limpar com jornais!
Separar briga de bebo
Pulando nos carnavais!
Pula cerca, Pula muro;
Em negócio sem futuro,
Entrei, mas não entro mais!
Dançar com mulher zambeta,
Trocar botijão de gás!
Tirar goteira de casa,
Eu quero nada rapaz!
Ir dormir num colchão duro;
Em negócio sem futuro,
Entrei, mas não entro mais!
(Lalauzinho de Lalau)
O tempo que segue o tempo,
Nessa historia tão maluca!
Sofre cada ferimento,
Cai em cilada, sinuca!
Mas a vida é mais esperta;
A ferida estando aberta,
Até carinho machuca.
Arranhões, feridas, cortes,
O tempo bate na nuca!
Mostrando a cada minuto
Que a vida, nunca caduca!
Mas quando a saudade aperta;
A ferida estando aberta,
Até carinho machuca.
(Lalauzinho de Lalau)
Muito obrigado meu Deus,
O meu sertão ta querendo!
Fartura pro nosso povo,
Que só vive agradecendo!
O trovão abre o apito;
Hoje o dia está bonito,
Hoje amanheceu chovendo.
A terra já ta molhada,
O gado ta percebendo!
Que tem água no barreiro,
Que já tem rama nascendo!
Que tudo vai melhorar;
Nuvens pra lá e pra cá,
Hoje a amanheceu chovendo.
(Lalauzinho de Lalau)
Muito obrigado Meu Deus,
Meu Jesus muito obrigado!
O sertão sente a mudança,
Sei que o tempo tem mudado!
No chão seco, terra quente;
Posso dizer novamente:
Hoje amanheceu nublado.
Em outros cantos choveu,
Um pingo muito apressado!
Mas no céu vejo a mudança,
Nevoeiro carregado!
Mesmo com o clima quente;
Eu fiquei muito contente,
Hoje amanheceu nublado.
(Lalauzinho de Lalau)
Comparo a vida da gente
A velha luta do gado!
Grito, tanjo, vou correndo,
Solto, preso no cercado!
Ruminando a desistir;
Peço a Deus pra prosseguir,
Mesmo quando estou cansado.
(Lalauzinho de Lalau)
Foram quase 20 anos,
Metade da minha vida!
De verso, prosa, canção
Comunicação cedida!
Audiência com requinte;
Abraçando cada ouvinte,
Mas, hoje estou de partida.
Estou me desvinculando,
Acho que chegou a hora!
Não gosto de despedida,
Se não o meu peito chora!
Mas vim aqui pra falar.
Que da Rede Potiguar,
Meu verso ta indo embora.
Hoje mesmo eu me despeço,
Nesses momentos finais!
Desarmando a minha rede,
Agradecendo aos demais,
Onde aqui posso abraçar!
E agente pode se encontrar;
Nas plataformas digitais.
Outros projetos virão,
Num ciclo que se inicia!
Novos versos, novas canções,
Projeto com poesia!
Meus passos serão os seus;
Quero agradecer aos meus - "ouvintes"
Adeus até outro dia.
(Lalauzinho de Lalau)
Depois de ver tanta guerra,
Tanta morte, tantos ais!
Depois do desmatamento
E a morte dos animais!
A extinção da jaçanã;
Cuidado com o amanhã,
Pode ser tarde demais.
Depois de esquecer de Deus,
Dizer: Pra mim tanto faz!
Depois de pisar os outros,
Que na estrada ainda estais
Com uma criança pagã!
Cuidado com o amanhã,
Pode ser tarde demais.
Esquecer a dor do próximo
Que chora a beira do cais!
Sem ajudar, sem ouvir
Compreender mais e mais!
Não pode ouvir o tupã;
Cuidado com o amanhã,
Pode ser tarde demais.
(Lalauzinho de Lalau)
(Tupã - Deus do trovão)
(Jaçanã - Ave nativa da América do Sul)
(Cais - Elevação de terra ou aterro a margem do rio)
(Pagã - Criança que não foi batizada
Egoísta, pensa muito
Sempre em se favorecer!
Carrega a hipocrisia,
Suja a água de beber!
Desse lado eu nunca estive;
Tem ser humano que vive
E acha que não vai morrer.
Acha que ele é eterno
E que nunca vai padecer!
Ignora a dor alheia,
Passa e finge que não ver!
Digo algo mais, inclusive;
Tem ser humano que vive
E acha que não vai morrer.
(Lalauzinho de Lalau)
Guardaram a sua viola,
Suas canções, seu tributo!
Seus versos são recitados,
No rádio a cada minuto!
Tristeza em nosso sertão,
Por perder Sebastião;
A poesia está de luto.
Sebastião Dias filho,
Do sertão do Seridó!
Que nasceu em Ouro Branco
Mostrou seu valor maior!
Foi um cantador eleito;
Em Tabira foi prefeito
E reeleito no seu pó.
Fez dupla com tantos outros,
Cantando o nosso vergel!
Fez da vida, a própria rima,
Com a canção do menestrel!
Chora o chão paraibano,
Por perder o velho mano
Pras cantorias do céu.
(Lalauzinho de Lalau)
Sempre regresso ao passado,
Saudades de mim não sai!
Lembro os tempos de menino,
Do meu riso, do meu ai,
Dá minha infância perdida;
Pelas vielas da vida
Lá na casa do meu pai.
Minha infância se perdeu,
Não posso mais encontrá-la!
Só vivi em minha lembrança
Guardada dentro da mala!
Lembro da casinha pobre,
Rica de riso, sem cobre;
E eu correndo pela sala.
Papai, mamãe e um bocado
De filho para criar!
Só tem história quem vive,
Pra ter algo pra contar!
Já contei, conto de novo
Minha história para o povo;
É bom demais regressar.
(Lalauzinho de Lalau