Nós perdemos Xameguinho...

 Ele foi tocar no céu
Ao lado de Dominguinhos!
E Sivuca sanfoneiro,
Nós perdemos Xameguinho!
Que ao lado de Luiz Gonzaga,
Vai seguir a sua saga,
Tocando em outro vergel
Sua sanfona querida;
Em outro plano de vida,
No palco que tem no céu.

E lá, ele deu de cara 
E de cara ele logo deu,
Com o grande Kara Veia,
Mas um grande amigo seu!
Que disse assim: Bom lhe ver!
Vamos cantar "Foi Você"
Também "Flor de Flamboyant"
Toque "Sua Ingratidão"
"Boi de Carro" e a Canção
Do Lenço que eu sou fã.

E lá, Kara Veia fez o show
Que ele mais queria!
Em saber que Xameguinho
Estava na moradia
Na casa do pai eterno
Vestindo o seu novo terno
Com a sanfona no peito
Recebido com carinho;
Cristo disse a Xameguinho,
Entre, o céu é desse jeito.

E aqui na terra ficou
O seu laço de amizade!
Seu legado, sua historia,
A sua simplicidade,
Seu talento singular,
O seu jeito de tocar,
Com sanfona na mão;
Sanfoneiro de verdade,
Xameguinho é só saudade,
E hoje é só recordação.

(Lalauzinho de Lalau)

Lavagem?

Eu não sei nem quem é ela,
Também não quero saber!
Sai dos cafundó dos Judas
Pra falar do meu comer!
Falar da minha buchada,
Sarapatel, panelada,
Com gotinhas de limão;
Chamar isso de lavagem?
Isso é sustança e coragem
Pra correr com Lampião.

Foi comendo tudo isso,
Que botamos pra correr!
Lampião e Seu Corisco,
E hoje quem corre é você!
Diz que ta desempregada,
Melhor é ficar calada,
Mas pra quê foi dizer isto!
É MELHOR TER DITO NADA
Que toda boca fechada;
Evita de entrar mosquito.

Era só o que faltava,
O que foi isso menino?
Vim dizer que é lavagem
O comer do nordestino!
Melequento é tú muié!
Muito bem feito Zezé!
Bote ela pra correr,
Mas que "muié" atrevida;
Falar da nossa comida,
Menina quem é você?

Pois na minha culinária
Só entra cuscuz com ovo!
Tripa de porco, guiné,
A comida do meu povo
Que sobra pra dividir!
Sei que não vem mais aqui,
Eu digo até: Ainda bem! 
Aprenda uma coisa menina;
A comida nordestina,
É a mais gostosa que tem.

(Lalauzinho de Lalau)

O bom da festa junina...

 

É canjica, milho verde,
Um forró em cada esquina!
Uma quadrilha improvisada,
Um "vei" da canela fina,
Dançando pelo o salão;
Gritando: Viva São João!
É o bom da festa junina.

Quatro menino ascendendo
A fogueira com gasolina!
Carroça sendo enfeitada,
Cavalo balança a crina!
Menino solta rojão;
Forro lotando o salão,
É o bom da festa junina.

Menino tira o chapéu,
Balança a saia menina!
Meu sertão vira um festa,
Culinária nordestina!
Canjica, milho, xerém;
A festa melhor que tem,
É a nossa festa junina.

(Lalauzinho de Lalau)

Na briga entre os poderes...

 

Intrigas, acusações,

Manda eu, manda você!

Muitas manifestações

É só o que a gente ver!

Abuso, melancolia;

Moído tem todo dia,

Na briga pelo o poder!

Tanto no judiciário,

Como no legislativo!

Intrigas e mais intrigas

Juntos, ao executivo!

E na briga pelo os poderes,

Só quem assume os deveres;

Somos nós, que estamos vivos!

Durante essa briga toda

Quem cumpre com os seus deveres?

Somos nós trabalhadores,

Sem desfrutar dos prazeres

Que eles gozam todo dia!

Brasil da hipocrisia,

Na briga entre os poderes.

(Lalauzinho de Lalau)

Mote: O que a gente planta agora, vamos colher no futuro...

 

Vivendo a semeadura,
Que há muito tempo procuro!
Tantas colheitas perdidas
Debaixo desse chão duro!
Será que chegou a hora?
O que a gente planta agora,
Vamos colher no futuro;

A gente colhe o que planta,
O fruto bom e maduro!
Se a gente plantar sem nexo
É semear no escuro!
E a semente nunca flora;
O que a gente planta agora,
Vamos colher no futuro.

(Lalauzinho de Lalau)

O São João já começou...

 

O mês de junho é "valeno"

Está a todo vapor!

O milho já foi colhido

Pelo o amigo agricultor!

A canjica na panela;

Já mandei dizer pra ela

Que o São João já começou!

Pra mim a festa mais linda,

Pode acreditar doutor!

E eu que sou meio matuto

Daqui do interior!

Fico bastante animado,

Quando escuto o som ligado;

O São João já começou.

Tem quadrilha improvisada,

Casamento sim senhor!

É festança a noite toda,

Muita alegria e amor!

Eu tô "doidim" pra dançar;

E também aproveitar,

O São João já começou.

(Lalauzinho de Lalau)

Valeno - (Gíria que Vem do verbo valer)

Doidim - doidinho (Gíria que ou o que é muito doido)

Tô - (O mesmo que estou)

Mote: Cada um tem o seu lado, cada qual tem sua banda...

 

No futebol, na política,

Onde o dinheiro é quem manda!

Na amizade que temos,

Na novela, propaganda!

Na opção de mercado;

Cada um tem o seu lado,

Cada qual tem sua banda.

 (Lalauzinho de Lalau)

Se ela voltasse, eu queria...

 

Ontem a noite, foi assim,

Quase que eu não dormia!

Lembrando da sua boca,

Da sua pele macia!

Braços, pernas, pé e mão;

Falo a voz do coração,

Se ela voltasse, eu queria.

(Lalauzinho de Lalau)

Mote: Na boca de quem não presta, quem é bom não vale nada...

 

Na boca do falador

Que vive pela a calçada!

Dizendo: Sicrano é ruim,

Fulana é mais descarada!

Sonsa quando vai pra festa;

Na boca de quem não presta, 

Quem é bom não vale nada.

Na boca dos faladores

Que tem a língua afiada,

Sangue ruim e sem futuro,

Pupila direcionada!

Olhar de frangir a testa;

Na boca de quem não presta,

Quem é bom não vale nada.

Jesus Cristo sofreu muito,

A sua cruz era pesada!

Foi cuspido e humilhado,

Falado em sua jornada!

Mas meu Deus, que sina é esta?

Na boca de quem não presta

Quem é bom não vale nada.

(Lalauzinho de Lalau)

No pingo do meio dia...

 

Será um evento grande

Que tem bastante alegria!

Debaixo desse sol quente

Que o meu sertão alumia!

O São João em Mossoró

Tem "mei" mundo forró

No pingo do meio dia.

Mas, o povo do sertão

Que fala meio quebrado

E diz: pingo da "mei" dia,

Com o seu alfabetizado!

Eu quero dizer primeiro

Que esse povo é verdadeiro

Muito mais que o letrado.

Mesmo assim, vem muita gente

Pra festa que se inicia!

No sábado de meio dia

Vista a roupa, a fantasia!

Essa festança é do povo!

Vai o velho e vaio o novo,

Pro pingo do meio dia.

(Lalauzinho de Lalau)