quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Taj Mahal...



 Balançando em minha rede

Num domingo matinal,

Batendo o pé na parede

Eu pensava coisa e tal!

Em meu leito debrucei;

Adormeci e sonhei

Com o velho Taj Mahal!


Em um campo bem verdinho

Eu vi um vulto passando,

Me assustei, olhei de lado

E fiquei observando!

Era um vulto de um animal;

Pois era Taj Mahal,

Ele estava escramuçando!


Parecia está alegre, 

Veio em minha direção!

Parou, olhou para mim,

A pata cavou o chão!

Se falasse me dizia

A saudade que sentia

Das corridas de mourão!


Mas falou só no olhar,

Fiquei prestando atenção!

Dizendo: Saudade eu sinto

Lá do Haras Gavião!

O berço que fui nascido,

Tratado e também querido;

Voltar pra lá? posso não!


Sou filho de Apollo Estil,

Esse grande campeão!

Nasci em 94

Lá no Haras Gavião!

Jânio Mendes me comprou

E um vaqueiro contratou

Pra mim correr no mourão!


Há como eu sinto da saudade

De Celeste tratador!

Que tanto me deu ração,

Que tanto de mim cuidou!

Que penteou minha crina,

Me deu água pura e fina;

Que minha sede matou!


Taj Mahal é o meu nome

Jânio assim me batizou!

Saudade do Nego César

Que tanto prêmio ganhou

Correndo montado em mim!

Taj Mahal disse assim:

Sou o monumento do amor!


Na porteira do mourão

Eu cumpri o meu papel! 

Peço que Jânio meu dono

Zele bem o meu troféu!

Começou a relinchar,

 E disse vamos se encontrar

Nas vaquejadas do céu!


Taj Mahal foi sumindo,

Sumindo no meio da flora!

De lado eu vi um vaqueiro 

Chorando naquela hora!

Que um aboio ecoou

Como se fosse um louvor;

Taj Mahal foi embora!


E o vaqueiro que aboiava,

Dizia: Taj Mahal

Foi o rei da vaquejada,

Foi o chefe da boiada;

Adeus a Taj Mahal.


(Lalauzinho de Lalau)

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