O bom da festa junina...

 

É canjica, milho verde,
Um forró em cada esquina!
Uma quadrilha improvisada,
Um "vei" da canela fina,
Dançando pelo o salão;
Gritando: Viva São João!
É o bom da festa junina.

Quatro menino ascendendo
A fogueira com gasolina!
Carroça sendo enfeitada,
Cavalo balança a crina!
Menino solta rojão;
Forro lotando o salão,
É o bom da festa junina.

Menino tira o chapéu,
Balança a saia menina!
Meu sertão vira um festa,
Culinária nordestina!
Canjica, milho, xerém;
A festa melhor que tem,
É a nossa festa junina.

(Lalauzinho de Lalau)

Na briga entre os poderes...

 

Intrigas, acusações,

Manda eu, manda você!

Muitas manifestações

É só o que a gente ver!

Abuso, melancolia;

Moído tem todo dia,

Na briga pelo o poder!

Tanto no judiciário,

Como no legislativo!

Intrigas e mais intrigas

Juntos, ao executivo!

E na briga pelo os poderes,

Só quem assume os deveres;

Somos nós, que estamos vivos!

Durante essa briga toda

Quem cumpre com os seus deveres?

Somos nós trabalhadores,

Sem desfrutar dos prazeres

Que eles gozam todo dia!

Brasil da hipocrisia,

Na briga entre os poderes.

(Lalauzinho de Lalau)

Mote: O que a gente planta agora, vamos colher no futuro...

 

Vivendo a semeadura,
Que há muito tempo procuro!
Tantas colheitas perdidas
Debaixo desse chão duro!
Será que chegou a hora?
O que a gente planta agora,
Vamos colher no futuro;

A gente colhe o que planta,
O fruto bom e maduro!
Se a gente plantar sem nexo
É semear no escuro!
E a semente nunca flora;
O que a gente planta agora,
Vamos colher no futuro.

(Lalauzinho de Lalau)

O São João já começou...

 

O mês de junho é "valeno"

Está a todo vapor!

O milho já foi colhido

Pelo o amigo agricultor!

A canjica na panela;

Já mandei dizer pra ela

Que o São João já começou!

Pra mim a festa mais linda,

Pode acreditar doutor!

E eu que sou meio matuto

Daqui do interior!

Fico bastante animado,

Quando escuto o som ligado;

O São João já começou.

Tem quadrilha improvisada,

Casamento sim senhor!

É festança a noite toda,

Muita alegria e amor!

Eu tô "doidim" pra dançar;

E também aproveitar,

O São João já começou.

(Lalauzinho de Lalau)

Valeno - (Gíria que Vem do verbo valer)

Doidim - doidinho (Gíria que ou o que é muito doido)

Tô - (O mesmo que estou)

Mote: Cada um tem o seu lado, cada qual tem sua banda...

 

No futebol, na política,

Onde o dinheiro é quem manda!

Na amizade que temos,

Na novela, propaganda!

Na opção de mercado;

Cada um tem o seu lado,

Cada qual tem sua banda.

 (Lalauzinho de Lalau)

Se ela voltasse, eu queria...

 

Ontem a noite, foi assim,

Quase que eu não dormia!

Lembrando da sua boca,

Da sua pele macia!

Braços, pernas, pé e mão;

Falo a voz do coração,

Se ela voltasse, eu queria.

(Lalauzinho de Lalau)

Mote: Na boca de quem não presta, quem é bom não vale nada...

 

Na boca do falador

Que vive pela a calçada!

Dizendo: Sicrano é ruim,

Fulana é mais descarada!

Sonsa quando vai pra festa;

Na boca de quem não presta, 

Quem é bom não vale nada.

Na boca dos faladores

Que tem a língua afiada,

Sangue ruim e sem futuro,

Pupila direcionada!

Olhar de frangir a testa;

Na boca de quem não presta,

Quem é bom não vale nada.

Jesus Cristo sofreu muito,

A sua cruz era pesada!

Foi cuspido e humilhado,

Falado em sua jornada!

Mas meu Deus, que sina é esta?

Na boca de quem não presta

Quem é bom não vale nada.

(Lalauzinho de Lalau)

No pingo do meio dia...

 

Será um evento grande

Que tem bastante alegria!

Debaixo desse sol quente

Que o meu sertão alumia!

O São João em Mossoró

Tem "mei" mundo forró

No pingo do meio dia.

Mas, o povo do sertão

Que fala meio quebrado

E diz: pingo da "mei" dia,

Com o seu alfabetizado!

Eu quero dizer primeiro

Que esse povo é verdadeiro

Muito mais que o letrado.

Mesmo assim, vem muita gente

Pra festa que se inicia!

No sábado de meio dia

Vista a roupa, a fantasia!

Essa festança é do povo!

Vai o velho e vaio o novo,

Pro pingo do meio dia.

(Lalauzinho de Lalau)

Mote: Um mudo disse a um surdo, que um cego tava de olho...

 

Nunca gostei de alface,

Cebola crua e repolho!

Quando estou tomando banho

Gosto de ficar de molho,

Sujeira é um absurdo!

Um mudo disse a um surdo

Que um cego tava de olho!

Um amigo duvidou

Dizendo que eu não faria

Um verso com esse mote,

Que me enviou neste dia!

Disse, que iria fazer!

Fiz, e está aqui pra você,

O mote com a poesia!

E digo mais uma coisa,

Já capei porco roncolho!

Fui menino, brinquei muito,

Tive ferida e piolho!

Que essa vida é um estudo!

Um mudo disse a um surdo

Que um cego tava de olho!

Tirei a chave da vida

Pra olhar pelo o ferrolho!

E acabei não vendo nada,

Ficando um pouco zarolho!

E a vida me deu cascudo!

Um mudo disse a um surdo

Que o cego tava de olho.

(Lalauzinho de Lalau) 

Só eu que sei quem eu sou...

 

Sou como cobra criada

Solta no canavial,

Esperta pra dá o bote

De um jeito bem natural!

O meu instinto é assim,

Do começo ate o fim;

Sou Lalauzinho de Lalau.

Sou como trem carregado

Sem poder sair dos trilhos!

Sou como a pobre cegueira

Querendo enxergar os brilhos,

Do raiá de um novo dia!

Sou família e companhia;

Querendo educar os filhos.

Sou meu repente travesso

Pra todo canto que vou!

Sou a fé que tenho em Cristo,

Cristo está a onde estou!

Desdo tempo de menino

Versejar é meu destino

Só eu que sei quem eu sou.

(Lalauzinho de Lalau)

Mote: Peru calado, ganha um cruzado, peru falando, sai apanhado...

 

Tudo nessa vida passa

Tudo sempre vai passando,

A vida é só um passeio

E a gente é só viajando,

Deus deixando registrado!

Peru calado, ganha um cruzado

Peru falando, sai apanhado.

E eu tenho apanhado tanto

Da carga que eu vou levando!

Nessa longa caminhada

Nenhum pitaco vou dando,

Nesse mundo atrapalhado!

Peru calado, ganha um cruzado

Peru falando, sai apanhando.

(Lalauzinho de Lalau) 

Trava língua...

 

Falo de pedra e pedreira,

Pedreiro, polpa e preguiça!

Folha, folhado e fuleiro,

Língua, lagarto e linguiça!

Livro, leve, luva e lavra,

Palha, palhoça, palavra,

Justo, Justino e justiça.

Frango, frangote, franzino

Capim, caderno, capão!

Capenga, corrupiando,

Fundo, feitiço, fujão! 

Careca, cu, cabeludo;

Teto, tatu, tio, tudo!

Trevo, truvina e trovão.

(Lalauzinho de Lalau)

Meu cordel...

Meu verso é como Flechada

Em qualquer vocabulário!

Sempre tem uma descoberta

Quando eu tiro do armário!

Cada verso fabricado;

É mais um aprendizado

Nesse mundo literário.

Meu verso é só uma vírgula

Da cultura popular!

Ta na prosa e na canção

No forró pra se dançar,

Ta na cor da poesia!

Ta no mundo em sintonia; 

Nas voltas que o mundo dá.

A minha literatura
É feita de terra e céu!
É o meu sertão, minha cor,
Minha casa, meu vergel!
O meu jeito de falar;
Sou cultura popular,
Sou "mei" mundo de cordel.

(Lalauzinho de Lalau)

Significado

Mei - (meio) 

Literário - (relativo a literatura)

Vergel - (terreno que se cultivam árvores) 

Prosa - (expressão natural da linguagem escrita ou falada)

Mote: Seguro morreu de velho, desconfiado ainda é vivo...

 

Tudo que eu faço, observo!

Sou um cara muito ativo,

Eu olho bem pra passar!

Não uso paliativo!

Sigo bem o evangelho!

Seguro morreu de velho,

Desconfiado ainda é vivo!

Quero que a sabedoria

Pise no meu agressivo!

Escuto, falo, observo,

Não vou agir sem motivo!

Como diz no ministério,

Seguro morreu de velho

Desconfiado ainda é vivo.

(Lalauzinho de lalau)

Tem dias...

 

Tem dias que eu acordo
Sem vontade de sorrir!
Passo o dia lunduzeiro,
Pelo os cantos, por ali!
A procura de um sorriso;
Aí recebo um aviso
Que tenho que prosseguir.

Pra continuar vivendo
Aos poucos vou conferindo!
Que temos sonhos diários
Que a vida vem descobrindo!
Não adianta chorar;
Tenho que continuar
Pra poder viver sorrindo.

(Lalauzinho de Lalau)

Faço tanta poesia, que esqueço que sou poeta!

 

Já levei nome doido,

De maluco e de pateta!

De matuto analfabeto,

Ciclista sem bicicleta!

Mas eu digo todo dia

Faço tanta poesia,

Que esqueço que sou poeta!

Sei da idade do mundo,

Mas eu não posso dizer!

Sei que existe falcatrua

Nas manobras do poder,

Nas esferas da nação!

Gente rica na prisão,

Pouca gente, a gente ver!

Ô  mundo cheio de coisas,

De moído e confusão!

Mundo velho em pé de guerra!

Disputa de eleição!

Doente com pandemia! 

Notícias do dia a dia,

Que está na televisão!

Sei do balanço da rede,

Do mundo desmantelado!

Do buraco do tatu

Da carreira do veado!

Do balanço da canoa!

De gente ruim, gente boa!

De tudo eu sei um bocado.

(Lalauzinho de Lalau)

Na vida, no tempo, e na morte...

 

 

Na vida o tempo é quem manda

Do começo ate o fim

Nas trajetórias do tempo

Tudo de bom ou ruim,

Sempre vai acontecer!

E o bom da vida é viver,

Porque na vida é assim.

Quem é que não quer viver

Todo tempo e toda hora!

Sem ter pressa pra morrer,

Há onde o tempo demora,

Sem ter pressa pra passar,

Mas nada não pode parar;

E todo mundo vai embora!

Esse é o ciclo da vida,

Quem nasce tem que morrer!

Está escrito na bíblia

Nós devemos entender

Que Jesus ressuscitou,

Lázaro também acordou,

Mas só Deus que tem o poder!

O poder de ressuscitar

Os mortos que foram embora!

Tudo aqui tem o seu tempo,

Tudo aqui tem a sua hora,

A vida é pra ser vivida;

Mas tem a hora da partida

Quando a vida não vigora.

Infelizmente é assim

Ou felizmente também,

Quem vai pra morada eterna

Onde Cristo diz: amém!

É morar perto do pai;

Todo mundo um dia vai,

Uma vida vai 

E outra vem.

Nascem milhões de criança,

Anjos chegam todo hora,

É lindo o nascer da vida

Quando uma criança chora,

Dizendo que veio ao  mundo;

E outros morrem num segundo

Quando a vida vai embora!

Só Deus, quem sabe explicar

O valor que a vida tem!

Os traços que tem a vida

Deus desenha super bem!

Viva a vida, vida vida;

Minha alma tão querida

Tem mais é que dizer amém.

A vida é pra ser vivida

Com fé, com Deus e com sorte!

Quem sabe falar da vida

Pula cada vez mais forte,

As pedras pelo o caminho;

Deus não quer você sozinho,

Na vida, no tempo, e na morte.

(Lalauzinho de Lalau)

Mote: Passei a noite pensando, quase não deu pra dormir...

 

Meu pensamento viaja
Quando eu pego refletir!
Noites e noites pensando
Será que vou conseguir?
Eita mundo "vei" cigano!
Passei a noite pensando
Quase não deu pra dormir.

Nem mesmo o meu pesadelo
Chegou a me perseguir!
Balancei, cantei pra mim,
Nem sequer adormeci!
Acho que foi um engano;
Passei a noite pensando
Quase não deu pra dormir.

Noites de sono e de sonho
Eu tenho que conseguir!
Rezo, oro, faço prece,
Eu não posso desistir!
Continuarei rezando;
Passei a noite pensando
Quase não deu pra dormir.

(Lalauzinho de Lalau)

Amanhã é feriado...

 

Todo mundo está sabendo,

Mas quero deixar lembrado!

Pra quem está dando duro

Trabalhando no pesado,

Pra sustentar a família!

Sossegue aí minha filha;

Amanha é feriado.

Pra quem quer ficar em casa

É um dia muito esperado!

Pra quem é trabalhador

E trabalhou um bocado!

 Caiu no "mei" da semana

Ô feriado bacana;

Amanhã é feriado.

Uns ficam pra lá, pra cá,
Andando pra todo lado!
Já outros ficam zanzando

Feito um abestalhado!

Mas não tem párea não;

O bom mesmo é diversão,

Amanhã é feriado.

(Lalauzinho de Lalau)

Aceite os meus parabéns...

 

Foi no forró de Sirano
Que eu fiquei apaixonado!
De lá pra cá, só foi benção
Depois que eu fiquei casado!
Namoramos e noivamos,
Depois logo se casamos
Do jeito que a gente quis;
Eu marquei no calendário,
Hoje é seu aniversário
E eu sei, que estás bem feliz.

Feliz porque temos muito,
Ainda pra comemorar!
Duas filhas, duas bênçãos
Pra terminar de criar!
Se tem pedras no caminho
Sei que não estou sozinho,
Não posso sair da linha!
Quando penso em bobagem,
Quem é que me dá coragem?
A minha esposa, é Aninha.

Ela, é quem me fortalece,
É quem está do meu lado!
Ela divide comigo,
Os meus sonhos desejados!
Ela, é a mãe das minhas filhas!
Ela está em minhas trilhas!
Nos meus tropeços também;
Ela é minha companhia!
E já que hoje é o seu dia,
Aceite os meus parabéns.

(Lalauzinho de Lalau)

Até eu entrei na Trend

 

Até eu entrei na Trend

Do mundo globalizado!

A IA de tudo faz,

E aqui fica registrado!

Não sou matuto Nutella;

Sou matuto estilizado.

(Lalauzinho de Lalau)

Valeu @antonio.holanda_

Mote: Sei que é difícil sorrir, e é bem mais fácil chorar...

 

Devido as coisas da vida,
Das voltas que o mundo dá!
Das pedras pelo o caminho,
Dos espinhos pra furar,
Pontiagudos pra ferir!
Sei que é difícil sorrir,
E é bem mais fácil chorar.

São tantas lutas diárias
Que não dá nem pra contar!
Os tropeços, as erguidas,
E a vontade de sonhar,
Não me deixa desistir!
Sei que é difícil sorrir,
E é bem mais fácil chorar.

(Lalauzinho de Lalau)

Quando está, só eu e Deus...

 

Eu vejo os carros passando,

Com o barulho dos pneus!

Ouço os pássaros cantando,

Vejo a noite com seu breu,

O dia com o seu clarão!

Escuto meu coração;

Quando está, só eu e Deus.

Converso comigo mesmo,

Releio alguns versos meus!

Faço uma crítica a minha escrita,

Pra tristeza, dou um adeus!

Alegre, triste, pateta;

Isso é coisa de poeta,

Quando está, só eu e Deus.

(Lalauzinho de Lalau)

Breu - Expressão escuro total.

Releio - Vem do verbo reler, ler novamente. 

Pateta - Pessoa tola, parva, pouco inteligente.

Mote: O papel, é amigo da caneta, e a caneta é amiga do papel...

 

É a junção mais perfeita, tenho dito!

A dependência se liga em ser fiel!

Um depende do outro, sempre foi,

Como dois querubins que vai ao céu!

Lealdade na força do cometa;

O papel, é amigo da caneta,

E a caneta é amiga do papel.

Seu papel é deixar que ela escreva,

Em sua face, por cima do seu véu!

E o papel da caneta é rabiscar,

Escrever a doçura desse mel!

E tirar cada historia da gaveta;

O papel, é amigo da caneta,

E a caneta é amiga do papel.

(Lalauzinho de Lalau)

Mote: Castelo quando não cai, ele é abandonado...

 

Só ouvi isso uma vez,
E hoje trago decorado!
Já me serviu como exemplo,
Já tive como ditado!
Nesse ouvido, entre e sai;
Castelo quando não cai
Ele é abandonado.

Grande, com torre estupenda,
Muros, portão decorado!
Rei, rainha, calabouço, 
Guardiões por todo lado! 
Um bobo da corte vai;
Castelo quando não cai
Ele é abandonado.

(Lalauzinho de Lalau)

Será que foi eu que fiz?

 

Minha vida é versejar

Por isso, eu vivo feliz!

E de tanto eu fazer verso

Minha própria boca diz!

Duvidando dos meus versos;

Será que foi eu que fiz?

Versos de todo tamanho,

Muito bem metrificado!

Verso longo, verso curto,

Já fiz verso pé quebrado!

E as vezes eu faço uns,

Que me deixa emocionado;

Quando escrevo sobre a vida,

De algo que sempre quis,

Falo de amor, da gratidão,

De alguém que ficou feliz!

Eu fico me perguntando;

Ao mesmo tempo pensando,

Será que foi eu que fiz?

(Lalauzinho de Lalau)

Tudo que é bom, se agradece...

 

Sabemos que nessa vida
Tudo que é novo envelhece!
Todo abraço, acalma a alma,
Tudo que é pequeno cresce!
Tudo cantado é canção;
Quando vem do coração,
Tudo que é bom, se agradece. 

E hoje eu acordei assim,
Com minha alma em sintonia!
Com vontade de sorrir,
Com a família em companhia!
Com vontade de viver;
E a Deus posso agradecer,
Obrigado por mais um dia.

(Lalauzinho de Lalau)

Viver...

 

 

Viver, é fazer da arte,
Sua eterna companheira!
Saber que aqui, tudo passa,
E o destino é sem porteira!
A estrada é uma só;
Todo mundo vira pó,
Porque a vida é passageira.

Viver é saber viver,
Mesmo sabendo do fim!
É separar, joio e trigo,
É ver o bom e o ruim!
E o destino a gente traça;
Na vida nada é de graça,
Porque na vida é assim.

Viver, é seguir vivendo
Trilhando na mesma trilha,
É marcar cada momento,
É andar mais de uma milha,
É cair e levantar!
É sorrir e abraçar;
A nossa própria família.

(Lalauzinho de Lalau)

Recitando poesia...

 

Airton Sena morreu
No momento que corria!
Tim Maia morreu cantando,
Eu lembro bem desse dia!
Vou correndo e balançando;
Eu quero morrer cantando
E recitando poesia.

Na correria do verso
Corro na ponta do pé!
Cutuco o verso na espora,
Veja a vida como é!
É passageira e cigana;
Nada contra Léo Santana,
Mas, sou mais Flavio José.

Gosto de Mastruz com Leite 
E Circuito Musical!
O forrózin de Sirano
Também Cavalo de Pau!
Gonzaga com Dominguinhos
E também Jorge de Altinho
Bote pra dentro Lalau.

(Lalauzinho de Lalau)

E continua chovendo...

 

Açude sangrando e cheio
E o sertão agradecendo!
Terra molhada, fartura,
O gado todo comendo!
O sertanejo plantando,
A espiga bonecando;
E continua chovendo.

Vira um coral na lagoa,
Com mais sapo aparecendo!
Insetos voam de monte,
Se uma luz vem ascendendo!
Tendo chuva, tem riqueza;
Corre água na represa,
E continua chovendo.

(Lalauzinho de Lalau)

Mote: É o meu Brasil de caboclo, de mãe preta e pai João...

 

Meu Brasil da cachorrada,

De entra e sai presidente!

Brasil de um povo doente

Que acorda de madrugada!

É o meu Brasil da lambada,

Do carnaval, do São João!

Meu Brasil do mensalão

Que rouba de tudo um pouco!

É o meu Brasil de caboclo,

De mãe preta e pai João.

Brasil que o corona mata

E acaba matando mais!

Escândalo da Petrobrás?

Isso a justiça é quem trata!

Só tem ladrão de gravata

É o Brasil da eleição!

E da manifestação,

Meu Brasil que ficou louco!

É o meu Brasil de caboclo,

De mãe preta e pai João.

Brasil da hipocrisia,

Meu Brasil do cambalacho!

De muito fogo no tacho

Brasil de Zé, de Maria!

Brasil que se espera um dia

Mais saúde, educação!

Muita paz , religião!

Sem pastor atrás de touco!

É o meu Brasil de caboclo,

De mãe preta e pai João.

(Lalauzinho de Lalau)

Chovendo por todo lado...

 

Açude sangrando e cheio,

Deixa o cercado molhado!

O passarinho se protege

Numa brecha do telhado,

Água na sangria desse;

O sertanejo agradece,

Chovendo por todo lado.

Na porteira do curral,

Tudo ali fica abrejado!

A vaca levanta a teta,

Deixa o bezerro apojado!

Vaqueiro não faz espanto;

Fica verde em todo canto

Chovendo por todo lado.

Sendo assim, tudo se anima,

Do vaqueiro ate o gado!

Estou prevendo mais chuva,

Mais chuva por todo lado!

Amigo, deixa chover;

Devemos agradecer,

Meu Jesus, muito obrigado.

(Lalauzinho de Lalau)

No tempo que eu era um rei...

 

Com papai aprendi a ser um rei

Num reinado bastante diferente,

Que o tapete vermelho do castelo

Era um pano de chão no meu batente!

No terraço forquilhas arqueadas,

Um balcão, um fogão, uma latada

Onde mãe fabricava os meus pasteis!

Sei que o tempo levou minha rainha,

Conhecida por nós, por mãe Toinha;

A esposa de pai e mãe de dez.

Era assim o castelo que vivi,

Muitas bocas pra pai alimentar,

Só depois que cresci, eu percebi

Que papai não deixou nada faltar!

Trabalhou sol a sol, saía cedo,

A coragem de pai matou o medo

De enfrentar a cruel dificuldade! 

Sustentar cada filho, era o seu plano;

Se eu passar meio século tralhando,

Eu não pago a papai, nem a metade.

E assim foi a sua monarquia,

Sem coroa, sem trono, mas com a verdade,

Tinha pós-doutorado em ajudar,

O trabalho foi sua faculdade!

Foi papai que me deu força, guarida,

Me ensinou os caminhos dessa vida,

No momento que eu mais precisei!

Quero ser a metade do senhor;

Os princípios que tem cada valor,

Que é muito maior que ser um rei.

(Lalauzinho de Lalau)

Mote: O que eu aprendi chorando, sorriso nenhum me ensina...

 

Já passei por tanta estrada
Já dobrei em tanta esquina!
Já passei por tempestade,
Vento forte, sol, neblina!
Continuei caminhando;
O que eu aprendi chorando,
Sorriso nenhum me ensina! 

Na escola dessa vida,
Cada teste determina!
Que a gente passe na prova
Sem burlar a disciplina!
Por que Deus está olhando;
O que eu aprendi chorando,
Sorriso nenhum me ensina.

(Lalauzinho de Lalau)

Mote: Bondade se faz calado, não precisa de zoada...

 

Faça o bem com o coração

Sem tirar foto de nada!

Se quer ajudar alguém

Que está com mão estirada,

Ajude sem ser mostrado!

Bondade se faz calado,

Não precisa de zoada.

Se tiver alguém com sede,

Ofereça água gelada!

Se tiver alguém com fome

Dê um pão, não diga nada!

Pra quê deixar divulgado?

Bondade se faz calado;

Não precisa de zoada.

(Lalauzinho de Lalau)

Quando a chuva continua...

 

Chega trazendo alegria

Para quem mora na rua!

Para quem mora no mato

Ver toda a beleza sua!

Quando a chuva vem descendo;

A terra é agradecendo

Quando a chuva continua.

O açude sangra logo,

A seca logo recua!

A mesa fica mais farta,

Comida cozida e crua!

Nasce o capim no cercado;

Meu sertão fica molhado

Quando a chuva continua

Qualquer nuvem carregada

Esconde o sol e a lua!

Passa um riacho correndo,

Lama e barro se a mutua!

Só se ver o aguaceiro;

No meu sertão brasileiro

 Quando a chuva continua

(Lalauzinho de Lalau)

O meu nome é Lalauzinho...

 

Meu verso é conexão,
É riso, suor e pranto!
É vida, prosa, e canção,
Não posso fazer espanto!
É TCM, é sertão;
Chega em toda região,
É sucesso em todo canto.

Sou poesia e cordel,
Cultura, tudo juntinho!
Eu também sou TCM
Cruzando o nosso caminho!
Sou repente, sou forró;
Eu também sou Mossoró,
O meu nome é Lalauzinho.

(Lalauzinho De Lalau)

Vem aí a cavalgada de emancipação política de Francisco Dantas...

 

Vai ser em Francisco Dantas
No Alto Oeste Potiguar!
Festa de emancipação
Vamos lá comemorar!
Vai ser dia 23
Quero convidar vocês;
Venha comi cavalgar.

O poeta Lalauzinho
Vai conduzindo o destino!
Vou convidar todo mundo,
Homem, mulher e menino!
O negócio vai ser bom;
Vai ter banda Lynder Som,
Também Sirano e Sirino.

(Lalauzinho de Lalau)

Como é que eu vou entender a nossa sociedade?

 

Cheia de tantos direitos,

Mas só pratica a maldade!

Fala de paz e faz guerra,

Se veste de vaidade!

E mata pra sobreviver;

Como é que eu vou entender

A nossa sociedade?

Que passa o dia rezando

E esquece da humildade!

Nega um pão a quem tem fome,

Suja as ruas da cidade!

Não dá, e quer receber;

Como é que eu vou entender

A nossa sociedade?

Prende um pássaro na gaiola,

E fala de liberdade!

Humilha, cospe, maltrata,

Pisa só por crueldade!

Não deixa o amor florescer;

Como é que eu vou entender

A nossa sociedade?

"Ora", e é mau do vizinho,

Desfazendo a amizade!

Passa o ano sendo ruim,

No natal, faz a bondade!

Pra mídia toda saber;

Como é que eu vou entender

A nossa sociedade?

(Lalauzinho de Lalau) 

Mote: Nessa vida de luta e desafios, estou lutando bem mais do que Popó...

 

Já pensei desistir, mas eu não posso!
São batalhas diárias que eu enfrento,
Vou correndo lutando contra o vento,
Contra o tempo não meço os meus esforços!
Já pensei desistir, vender os troços,
Mas eu sei que a vida é uma só!
Quanto mais eu desato cada nó,
No meu braço eu sinto um arrepio!
Nessa vida de luta e desafios;
Estou lutando bem mais do que Popó.

Se Bambam bobeou na corda bamba,
Eu não vou bobear no meu repente!
Pra ganhar, só se ganha uma vez, somente,
E na luta da vida a gente apanha!
Sempre tem um que perde, um ganha,
E nem sempre quem ganha é o maior!
Se não é o maior, é o melhor!
Nessa vida eu sempre desconfio;
Nessa vida de luta e desafios;
Estou lutando bem mais do que Popó.

(Lalauzinho de Lalau)

O clima aqui, melhorou...

 

Na terra de Mossoró,

A capital da cultura!

O vento ficou mais frio

Depois de tanta quentura!

O céu ficando nublado,

O clima fica mudado;

Melhora a temperatura.

Só podia ser a chuva,

Depois desse desafio!

Da alta temperatura

Secando a água do rio!

Que não tem água corrente;

Mossoró estava quente

E agora ficou mais frio.

Ontem caiu uma chuva

Alegrando o agricultor!

Já no começo de março,

São José abençoou!

Molhando aqui nosso pó;

Na terra de Mossoró,

O clima aqui, melhorou.

(Lalauzinho de Lalau)

Quando chove no sertão...

 

A flor do mandacaru
Mostra a ponta do botão!
A relva muda roupagem
Com a cantiga do carão;
Dizendo: Acabou o pranto!
Fica verde em todo canto
Quando chove no sertão.

E na orquestra da chuva
Tem relâmpago e tem trovão!
A névoa faz a cortina 
Pra sua apresentação!
O sapo cantando atoa;
Diz: Eita da chuva boa!
Quando chove no sertão.

(Lalauzinho de Lalau)

Tá chovendo em todo canto...

 

 Carlos Kleber me pediu
Um verso daquele tanto!
Dizendo assim: Lalauzinho
Diga daí do seu recanto,
Amigo cabra da peste!
Que em todo esse meu Nordeste
Tá chovendo em todo canto. 

É o sertanejo rezando

Pra São José que é santo!

E a chuva desce do céu

E o riacho faz espanto,

Tirando a lama do grude!

Da parede do açude;

Ta chovendo em todo canto.

O cururu baculeja 

Cantando daquele tanto!

A gia no pé do pote

Diz acabou o seu pranto!

Corre água na lagoa;

Só atravessa de canoa,

Ta chovendo em todo canto.

(Lalauzinho de Lalau)

Hoje a morte levou Zé...

Hoje a morte levou Zé
Poeta humilde e pacato!
Era um apresentador,
Era um cordelista nato!
Um cantador natural,
A sua terra natal
Era Santana do Mato.

Zé Lima era um porta voz
Das festas de cantoria!
Levou coisas do sertão,
Onde ninguém conhecia!
Ganhou vários festivais
Com canções boas demais;
Mas, que pena chegou seu dia.

E a viola companheira,
Triste com o seu violão!
Mar de Lama, Forró bom,
Também a Flor do Algodão!
Vem Morena e Cerrado;
São canções que eu tenho lembrado
Da sua composição.

Adeus amigo Zé Lima,
Vejam a vida como é!
Meus sentimentos a família,
Que lhes conforte na fé!
Hoje só resta a saudade;
Partiu pra eternidade,
Hoje a morte levou Zé.

Não sabemos quando vamos
Só Jesus de Nazaré!
E o poeta quando morre,
Morre sabendo quem é!
Isso é a coisa mais certa;
Um poeta, vai ser sempre um poeta,
Adeus meu amigo Zé.

 (Lalauzinho de Lalau)

Mote: Hoje ainda deu pra vir, eu só não sei amanhã...

O amanhã é escuro,

Meu irmão e minha irmã!

O ontem não volta mais

Porque a morte é vilã!

E a vida vive a insistir;

Hoje ainda deu pra vir,

Eu só não sei amanhã.

Deus, psicólogo do tempo,

Não traz livro, nem divã!

És o criador, meu ídolo,

Com certeza eu sou seu fã!

Eu não posso desistir;

Hoje ainda deu pra vir,

Eu só não sei amanhã.

(Lalauzinho de Lalau)

Ontem, hoje e amanhã...

 

Ontem, eu vivi bastante,

Cada minuto eficaz!

O hoje, ainda estou vivendo,

Com as coisas que a vida traz!

Se viver é uma magia?

Aproveite cada dia, 

Que o ontem não volta mais.

E o amanhã, que ainda vem,

Você pode me explicar?

Não sei, mas peço que Deus

Possa me abençoar!

Como diz meu pai maduro;

O amanhã é escuro,

Eu não sei como será.

(Lalauzinho de Lalau) 

Mote: É muito bom um abraço, quando ele é verdadeiro...

   

Deixe o coração enxuto,

Suave, manso, maneiro!

Deixa a alma renovada,

Mudando todo o roteiro!

Preenchendo todo o espaço; 

É muito bom um abraço,

Quando ele é verdadeiro.

Eu quero um abraço sincero

Fofo como um travesseiro!

Um abraço demorado,

Desses que tem gosto e cheiro!

É como se fosse um laço;

É muito bom um abraço,

Quando ele é verdadeiro.

(Lalauzinho de Lalau)

Tomara que chova mais...

 

 Tomara que chova mais,
Alegrando o agricultor!

Baixando o preço de tudo

De tudo que aumentou,

Carne, tempero e feijão!

Fartura pro nosso chão

E pro povo do interior;

Já choveu em Itajá, 

Na cidade de Assu!

Patu, Frutuoso Gomes,

Pataxó, Ipanguaçu!

Lá em Messias Targino,

E também já choveu fino

Na terra de Paraú!

Almino Afonso choveu,

Lucrécia, na região!

Em Olho D`água dos Borge,

Correu água pelo o chão!

Itaú e Apodi,
E a fartura reina aqui,

Com a chuva no meu sertão!

Tomara que continue

Molhando os nossos quintais,

A chuva no meu sertão

Alegra os nossos currais!

 Você pode acreditar

Que o inverno vai pegar!

Tomara que chova mais.

(Lalauzinho de Lalau)

Mote: Quem muito vive de ausência, uma hora não faz mais falta...

A vida tem tantas curvas,

Tanto teste, tanta pauta!

Tantas pedras, tantos risos,

Momentos que se ressalta!

Tem vitória e consequência;

Quem muito vive de ausência,

Uma hora não faz mais falta.

No sopro que a vida toca
Na melodia da flauta!
A ausência se percebe
Na classe baixa e na alta!
É ruim viver de aparência;

Quem muito vive de ausência,

Uma hora não faz mais falta.

(Lalauzinho de Lalau)

Ta chovendo em todo canto...

 

Muito obrigado Jesus,

Que tem poder com o seu manto!

Que sabe a hora e o dia,

Por ser rei e por ser santo!

E ordena onde vai chover;
Hoje eu quero agradecer,
Por ta chovendo em todo canto.

Já tem açude sangrando,
Não é de fazer espanto!
Com poucos dias de chuva
Tem volume desse tanto
Pra passar pela sangria!
Chove de noite e de dia
Ta chovendo em todo canto.

Passarinho canta um hino,
Bem cedo, quando eu levanto!
O sertanejo sorrir,
Esquece a seca e o pranto!
Tendo água, tem riqueza;
 Fica alegre a natureza,
Ta chovendo em todo canto.

(Lalauzinho de Lalau)

Mote: A chuva, é o céu chorando, com saudades de ver o chão...

 

Quando a chuva cai na terra

Tem-se uma modificação

Terra seca, fica mole!

Boa para a plantação

E o sertanejo rezando!

A chuva, é o céu chorando,

Com saudades de ver o chão.

Tendo chuva, tem fartura

Fartura pro meu sertão!

O sapo canta, agradece,

Na parede do oitão!

Agradecendo e cantando;

A chuva, é o céu chorando,

Com saudades de ver o chão.

Tudo fica mais bonito,

Canta o campina, o cancão!

O sabiá assobia,

Se agasalha o gavião!

A terra vivi brotando;

A chuva, é o céu chorando,

Com saudades de ver o chão.

Céu e chão, viviam juntos,

E ouve uma separação!

Um fica olhando pro outro,

Contemplando a imensidão!

E vivem se desejando;

A chuva, é o céu chorando,

Com saudades de ver o chão.

(Lalauzinho de Lalau)

É mimimi ou preconceito?

 

O UOL fez uma pesquisa,

Entrevistando o pessoal!

Perguntando se é preconceito?

Ou se é tudo normal?

Ou se tudo é mimimi!

O bom é se divertir;

Com as marchas de carnaval.

O teu cabelo não nega

Mulata, linda mulher!

Olhe aí a cabeleira,

Cabeleira do Zezé!

Me vem na recordação

A Maria sapatão;

É preconceito ou não é?

Fica aqui nesse meu verso,

Um ponto de interrogação!

Sem preconceito de cores,

Sem ter descriminação!

Sem zombar, nem denigrir;

Se isso tudo for mimimi;

Vai ter muita discussão.

No carnaval é assim,

Tem mulher mostrando o peito!

Tem gente fantasiada,

Tem gente de todo jeito!

Homem com blusa de alça;

Mulher de sapato e calça,

É mimimi ou preconceito?

(Lalauzinho de Lalau)

O carnaval vem aí...

 

Bebedeira, mela mela,
E o povo a se divertir!
Gente procurando um beco,
Atrás de fazer xixi!
Bloco, samba, camisinha;
Festa até de manhãzinha,
O carnaval vem aí.

Remelexo, fuzuê
E muito samba no pé!
Mulher se veste de homem,
E homem virando mulher!
Noite, madrugada, dia;
Quatro dias de folia,
Só não entra quem não quê.

Tu cheira? aí depende!
Vai ter bloco em Apodi!
Macau, Grossos, em Tibau,
De Redonda a Icapui! 
Do sertão a capital;
Sou um matuto original,
O carnaval vem aí.

(Lalauzinho de Lalau) 

Mote: Nessa vida tudo passa, mas nem tudo a gente esquece...

 

A vida tem seus mistérios,

Assim que o dia amanhece!

Lembramos de tanta coisa

Que se passou, que acontece, 

De alegria, desgraça!

Nessa vida tudo passa;

Mas nem tudo a gente esquece.

Passamos por tanto arrocho

Que a nossa alma adoece!

Mas precisamos ser forte,

Que o amor nos fortalece!

E Deus é quem traz a graça;

Nessa vida tudo passa,

Mas nem tudo a gente esquece.

Tanta estrada, tantas lutas,

Tanta gente que aparece!

Uns ajudam, outros derrubam,

Poucos vem e agradece!

Mesmo assim a vida é massa;

Nessa vida tudo passa

Mas nem tudo a gente esquece.

Não guarde rancor, nem ódio,

Faça pra Deus uma prece!

Ajude sem divulgar,

Que o nosso Deus reconhece!

E ao mesmo tempo lhe abraça;

Nessa vida tudo passa,

Mas nem tudo a gente esquece.

(Lalauzinho de Lalau)

Mote: Se estamos no sofrimento, todos nós somos iguais...

Pode ser o preto, o branco,

O pobre, o rico demais!

O mais forte ou o mais fraco,

Ou os intelectuais!

Ou quem sofre no momento;

Se estamos no sofrimento,

Todos nós somos iguais!

Pode ser quem quer que seja,

Os bichões dos tribunais!

Os doutores da ciência,

Os leigos dos lamaçais!

O poeta ao som do vento;

Se estamos no sofrimento,

Todos nós somos iguais.

(Lalauzinho de Lalau)

Meu verso...

 

O meu verso fala de tudo,

Do sol que aquece o meu dia!

Fala do campo, das serras

Da chuva, da água fria!

Enaltece o meu sertão;

Fala de prosa e canção

No ritmo da poesia.

Fala da agricultura

Da terra que é tratada!

Falo do aroma da chuva,

Que deixa a terra molhada!

Do verde que muda a cor;

Do sertão que esturricou

Devido a seca malvada.

O meu verso é a notícia

Coragem, força e razão!

É o aboio do vaqueiro

Que bota o gado no chão!

Vaca que amamenta a cria;

É um sertão de poesia

Que corta esse meu sertão.

De tudo o meu verso traz,

Uma paixão despercebida!

Uma saudade matadeira,

Uma lembrança esquecida!

Nunca plante o dissabor;

Bom é cultivar o amor,

Por isso acorde pra vida.

(Lalauzinho de Lalau)

Mote: Uma raiva verdadeira é melhor que um sorriso falso...

 

Quer saber da minha estrada?
Calce os sapatos que eu calço!
Passe por onde eu passei,
Veja de perto o percalço
Dessa vida cangaceira!
Uma raiva verdadeira
É melhor que um sorriso falso.

Uma raiva de verdade
Deixa o coração descalço!
Um sorriso traiçoeiro,
É como botar um calço
Numa boca traiçoeira;
Uma raiva verdadeira
É melhor que um sorriso falso. 

(Lalauzinho de Lalau)

Mote: Deus, ele sabe de tudo, até da lágrima que cai...

 

Nos tropeços dessa vida

Escutamos tanto ai!

Tantas orações benditas,

Tantos pedidos ao pai!

Só ele é o nosso escudo;

Deus, ele sabe tudo,

Até da lágrima que cai!

Do choro de uma criança

A um adulto que vai,

Levando o fardo pesado

Das dores que a vida atrai!

Sofrimento é um absurdo;

Deus, ele sabe de tudo,

Até da lágrima que cai!

Se estamos perto de Deus

A nossa bondade sai

Dizendo que somos forte,

Um guerreiro Samurai!

O "amor" é o conteúdo;

Deus, ele sabe de tudo,

Até da lágrima que cai.

(Lalauzinho de Lala)

Notei...

 

Eu notei que as minhas forças

Tem até diminuído!

Minha visão ta mais pouca,

Pouco escuto desse ouvido!

Diminuiu meu andar;

O que tem pra aumentar,

Só a pressão tem subido.

Eu notei que a ansiedade

Me rebola em cada canto!

Procuro enxergar pra longe,

Não vejo do mesmo tanto!

Nas voltas que o mundo dá,

Procuro sempre rezar;

Pra diminuir meu pranto.

(Lalauzinho de Lalau)

Que Deus ilumine a gente...

 

Que Deus ilumine nós

De hoje daqui pra frente!

Nos livre de todo mau

Da picada da serpente!

Nas veredas do sertão,

Que tenha mais compaixão;

Que Deus ilumine a gente.

Deus é o mestre de tudo,

É o autor capacitado!

Pastor que rebanha os seus,

Pastor da vida de gado!

Protetor onipotente,

Que Deus ilumine a gente;

Meu Jesus muito obrigado.

(Lalauzinho de Lalau)

Mote: O Rio Grande do Norte não tem nada 100%...

 

Falta ainda muita coisa,

Desse jeito eu não aguento!

Falta remuneração

Pro nosso policiamento!

Vou esperar pela sorte;

O Rio Grande do Norte

Não tem nada 100%.

Vá lá no Tarcísio Maia,

Pra tu ver o sofrimento!

Escolas estaduais,

Largada ao sol e ao vento!

E o aluno largado a sorte;

O Rio Grande do Norte

Não tem nada 100%.

A saúde está capenga,

Vem andando de jumento!

A segurança sem força,

Tem que fazer tratamento!

E a gente tem que ser forte!

 O Rio Grande do Norte

Não tem nada 100%.

(Lalauzinho de Lalau

Mote: Já agradei muita gente, hoje eu tento me agradar...

 

Já balancei a cabeça

Só pra poder confirmar!

Já ouvi música ruim,

Só pra não desagradar

Quem estava em minha frente!

Já agradei muita gente,

Hoje eu tento me agradar.

Eu já disse que gostava

Só pra não desapontar!

Já confirmei, me calei

Pra tu não se chatear;

Hoje, eu sou eu, no presente!

Já agradei muita gente,

Hoje eu tento me agradar.

Já fui em estrada ruim

Só pra lhe acompanhar!

Pra não lhe deixar tristonho,

Eu ria, atrás de chorar!

Hoje eu vivo alegremente;

Já agradei muita gente,

Hoje eu tento me agradar.

(Lalauzinho de Lalau)

Mote: E se o pobre passasse um mês, Com o cartão corporativo?

  

Atirar com a pólvora alheia,

É mais que um paliativo!

É brincar de vivo morto,

Ou brincar de morto vivo!

O que faria vocês?

E se o pobre passasse um mês,

Com um cartão corporativo?

O que seria do pobre?

Pensaria positivo?

Comprava, emitia nota,

Era alegre ou depressivo?

Vivia uma vida de burgues;

E se o pobre passasse o mês,

Com o cartão corporativo?

Me diga aí seu palpite;

Vamos pensar positivo!

Os benefícios são grandes,

É grande o quantitativo!

Mas a gente não tem vez;

E se o pobre passasse um mês,

Com o cartão corporativo?

(Lalauzinho de Lalau)

Atirar - Arremessar(-se), disparar (arma de fogo ou de arremesso); alvejar, apontar.

Paliativo - Que ou que serve para atenuar um mal ou protelar uma crise (diz-se de meio, iniciativa etc.)

Burguês - Na Idade Média, natural ou habitante livre de um burgo, que gozava de certos privilégios.

Quantitativo - Que concerne a quantidade; que indica quantidade.

Cartão corporativo - É um meio de pagamento utilizado pelo governo que funciona de forma similar ao cartão de crédito que utilizamos em nossas vidas.

Com Jesus, não estou sozinho...

 

A fé que tenho em Jesus,

Me mostra o melhor caminho!

Vou saltando os pedregulhos,

Desviando dos espinhos!

Tenho que continuar;

Rezo pra não me abalar,

Com Jesus não estou sozinho.

Cada cansaço, um descanso

No cantar do passarinho!
Cada descuido, a atenção
Me puxa devagarinho
Para não me distrair!
Tenho medo de cair;
Mas com Jesus, não estou sozinho.

Ele, é a minha força plena,
Meu vigor, o meu carinho!
Minha fé, quando levanto
Pra seguir no meu caminho!
Quando penso em desistir,
Ele diz é logo ali;
Com Jesus, não estou sozinho.

Como é que eu posso está só?
Como é que eu adivinho?
Se ele é quem desata o nó!
E me resgata do moinho,
Ele é a minha fortaleza!
Disso eu tenho certeza;
Com Jesus, não estou sozinho.

(Lalauzinho de Lalau)

Pergunte, que eu respondo...

   

Peixe bom? é carapeba!

Um prato bom? é buchada!

Mulher? só presta cheirosa;

Conversa? só de calçada! 

Casa boa? é a da gente

Pão francês? só presta quente

Festa boa? é vaquejada!

Programa bom ? só o meu!

Poeta? só esse aqui!

Rei do baião? só Luiz!

Pena? só de bem ti vi!

Circo bom? é o de lona

Um carro velho? Verona!

Nos trapalhões? só Didi!

Cerveja boa? a gelada!

Rapariga? em Portugal!

Cavalo bom? é bacheiro!

Estrume? só no curral!

Ferroada? maribondo!

Pergunte, que eu respondo;

Sou Lalauzinho de Lalau.

(Lalauzinho de Lalau)