quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Um comentário de Inácio Augusto...


Inácio Augusto de Almeida diz:
LALAUZINHO DE LALAU
“CABRA NAMORADOR
NO VERSO NÃO SE APRREIA
MAS QUANDO CHEGA EM CASA
A MULHER METE A PEIA”
Lalauzinho de Lalau.
Até quando este gênio da poesia popular nordestina continuará sendo ignorado pelos intelectualoides?
Isto acontece nos dias de hoje.
De nada serviram os exemplos de Luiz Gonzaga, João do Vale e Patativa do Assaré.
Luiz Gonzaga mergulhou num ostracismo enorme na época em que só se falava em movimentos de grupos que produziam músicas de difícil entendimento para o povão,mas recebiam a consagração dos críticos especializados.
Não fosse uma ironia do Carlos Imperial e Luiz Gonzaga teria continuado na vala do esquecimento. Imperial, a título de deboche, publicou na sua coluna que os Beatles iriam gravar a música ASA BRANCA.
Foi o suficiente para todos os GARUPEIROS de plantão se apressarem em dizer que Luiz Gonzaga era um gênio. E a coisa ganhou uma repercussão tão grande que Imperial não teve coragem de dizer que se tratava de uma brincadeira.
E assim Luiz Gonzaga, tal qual um fênix ressurgiu das cinzas.
João do Vale teve que sair do Maranhão para não morrer de fome. E no Rio de Janeiro, para sobreviver, foi ser ajudante de pedreiro. Até que um dia conseguiu entregar a Luiz Gonzaga a música OURO BRANCO. Não fosse a sensibilidade musical de Luiz Gonzaga e João do Vale teria morrido na construção civil. Dispensável citar os inúmeros sucessos de João do Vale. Só CARCARÁ basta.
Patativa do Assaré, autor de A TRISTE PARTIDA e CANTE LÁ QUE EU CANTO CÁ, morava em Assaré-CE, numa casa de paredes de barro, destas que ainda hoje encontramos nos nossos sertões e viveu a maior parte da sua vida na mais extrema pobreza.
Somente quanto já contava 70 anos foi que teve o seu valor reconhecido pela SBPC .
A partir daí as homenagens se sucederam. Tendo inclusive recebido em 2005 um título de Doutor Honoris Causa aqui em Mossoró.
Patativa do Assaré, mesmo tardiamente, recebeu o reconhecimento à sua genialidade ainda em vida.
Em Mossoró, nos dias de hoje, temos um gênio que está passando despercebido por todos os que cuidam da cultura em nossa cidade.
Repentista da mais alta qualidade, poeta popular dos melhores, Lalauzinho de Lalau ainda não teve o seu valor devidamente reconhecido pelos mossoroenses.
Acorda todos os dias Mossoró e toda a região com sua irreverência e propagando alegria a todos os que tem a felicidade de despertar ouvindo as suas estórias alegres e a sua poesia genuinamente popular.
Já é tempo de Mossoró dizer muito obrigado a este poeta popular.
Já é tempo de agraciá-lo com uma comenda que mostre a Lalauzinho que os mossoroenses reconhecem a sua genialidade.
E é bom que isto seja feito logo.
Breve a genialidade do Laulazinho de Lalau será exaltada em outras regiões.
É praticamente impossível que ela fique restrita apenas a Mossoró e região.
Nada pode segurar a força de uma cascata.
E Lalauzinho é uma cascata de poesia popular.
Um peralta que brinca de fazer poesia popular.

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