Sou um poeta matuto
Nascido dentro da flora
Tomando leite da vaca
Tirado na mesma hora
Sem sair de minha lembrança
O meu tempo de criança
Na casa que papai mora
Eu sinto muita saudade
Das brincadeiras de Zé
Do meu cavalo de talo
De Galego do picolé
Que dizia Lalauzinho
Suba aqui no pneuzinho
Para escolher o que quer
Nunca mais eu vi Galego
Depois que o tempo passou
O álbum da minha infância
Parece mudar de cor
O tempo me fez um rapaz
Vi ficar velho papai
Um homem que me ensinou
Ensinou-me a ser sincero
Saber pedir sem tirar
Saber respeitar o velho
Pro novo me respeitar
Sair do caminho errado
Ensinou-me mexer com gado
Leite de vaca tirar
Por isso que tenho amigos
Matuto e agricultor
Vaqueiro e autoridade
Deficiente e doutor
Poetas de Mossoró
Vivam só do seu suor
Assim meu pai ensinou
(Lalauzinho de Lalau)
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