quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Se eu pudesse eu comprava minha infância, nem que fosse pagando a prestação...


A saudade bateu em minha porta
E eu pedi a Jesus nosso senhor
Que acalmasse no peito a minha dor
E eu lembrei do meu tempo lá na roça
De mamãe de baixo da palhoça
Machucando a carne no pilão
E sentado no testo de um caixão
Onde estava a boneca de Constância
Se eu pudesse eu comprava minha infância
Nem que fosse pagando a prestação

Dei três volta no carro da lembrança
E lembrei do meu saco cheio de bila
Que eu brinquei de buraco, palmo e tila
Se eu pudesse eu voltava a ser criança
Meu cavalo de talo a esperança
Que eu corria e ciscava pelo o chão
Da chaplã que peguei meu azulão
Desse tempo o pior é à distância
Se eu pudesse eu comprava minha infância
Nem que fosse pagando a prestação

Mas o tempo deixou tudo morrer
Cai no poço, pião e contar história
Mas eu nunca apaguei da memória
Os meninos, Elton e Elcio de Tiê
De Gilvan e Lalá de Ladiê
Dos garotos correndo de pé no chão
De Tiago e Israel de bola na mão
Esse tempo o pior é à distância
Se eu pudesse eu comprava minha infância
Nem que fosse pagando a prestação

(Lalauzinho de Lalau)     


    

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